Ai, gente. As vezes eu esqueço que tenho blog, por isso demoro pra
responder.
Continuando a viagem com a mãe. Fomos pra Rovereto, a cidade onde a
amiga da minha mãe, Pimpi, mora. Passamos uma noite lá. Ela fez salada de mozzarella
di bufala e spaghetti al pesto com os produtos da horta dela, foi um arraso!
Batemos papo por horas a fio e voltamos pro hotel. No outro dia fomos à Riva
del Garda (uma das pontas do Lago de Garda). O lugar é incrível.
“Revitalizante”. Fomos também no museu Campana della Pace, que basicamente foi construído pras pessoas lembrarem que o quão ruim foi a guerra. É um museu incrível!
Bem, dali voltamos para Milão porque já estava na hora de a
mãe voltar. Comemoramos meu aniversário com antecedência no restaurante que a gente mais frequentou.
E ela partiu... e eu chorei. Hehe
Fiquei na fossa umas duas ou três semanas. Nesse meio tempo foi meu
aniversário, eu tinha mudado de cidade, não conhecia ninguém e tava num hostel
dividindo quarto com mais oito. O hostel (instalações) era terrível; não dava
pra dormir, era muito quente e o pessoal roncava muito alto. Já o dono do
hostel é uma pessoa muito bondosa. Ele viu meu sofrimento e me comprou um
presente de aniversário pra me fazer feliz. Chorei mais ainda hahah.
Bem, esses dias me serviram para sentir a solidão. E a partir daí que eu
comecei a olhar pra dentro de mim. Eu estava ali sem meus pais e estava porque
queria. Ali eu comecei a entender que a minha vida sou eu que faço. Repito.
Esse foi o início, o processo de desvinculação é muito longo.
Quando o nosso ap ficou vago, foi o céu e a fossa foi diminuindo. Mais
um mês de curso de italiano tinha começado, a Laira tinha chegado, as coisas
começaram a andar pra frente de novo.
Nessa época os pais da Laira estiveram conosco durante um período de
mais ou menos 10 dias. Foi ótimo! Viajamos juntos para o Lago de Como, que é
maravilhoso também.
Depois da visita dos pais da Laira, recebemos também a visita do Gustavo
Piffer! Pra quem não conhece a nossa ligação, estudamos juntos até a oitava
série. Nos reencontramos algumas poucas vezes depois no seu restaurante, o
Indaiá, onde trabalha como chef de cozinha. Ele veio pra Europa justamente para
isso, fazer uns estágios em uns restaurantes famosos. O tour por Milão foi
ótimo, mas ótimo mesmo foi o passeio que fizemos com o Adriano, um amigo
italiano do Piffer. Ficamos 24 horas seguidas viajando, paramos em Camogli, Nervi,
Portovenere, Pisa e Firenze.
Camolgi fica na região de Genova e é famosa pela Festa della Padella
(Sagra del Pesce) que tem todos os anos. Há mais de 50 anos, todo domingo de
maio (dia de San Fortunato, pai dos pescadores) os moradores se reúnem para
fritar peixe e vender na festa. Eles fritam o peixe em uma panela enorme, de
quase 4 metros de diâmetro e vendem pro pessoal da festa. É uma tradição.
Nervi é linda. Uma cidade maior e maravilhosa. Lá fizemos a passeggiata Anita
Garibaldi que é um caminho beirando o mar e, no final, encontramos um parque com
esquilos!!! Nunca tinha visto um esquilo pessoalmente, eles são muito queridos.
Foi sensacional.
Portonevere foi maravilhosa também. Ali o sol já tinha começado a
esquentar um pouco o dia, então acabamos aproveitando ainda mais. Paramos ali
para comer a tradicional e famosa Focaccia da região. Gente, se forem pra essa
região não deixem de experimentar a focaccia de queijo. É muito diferente das
outras “focaccias”. É como se fosse uma panqueca com muito queijo e de muito
boa qualidade. Apavoramos. Experimentamos quase todos os tipos.
De Lá fomos pra Pisa. Eu já conhecia a cidade, mas mesmo assim valeu
muito a pena. É uma cidade mágica e bellissima. Ela é toda pequena e fofa. A
torre é maravilhosa e o mosteiro atrás também. Pegamos o por do sol, o que deu
um “tchan” a mais nas paisagens.
A outra parada foi em Firenze. Também já tinha conhecido Firenze antes,
mas sempre que eu volto aprendo alguma coisa a mais. Bem, já era de noite.
Demos um giro pela cidade e depois fomos jantar. Vou abrir um parágrafo para
falar do jantar. Foi estupendo. Ah, normalmente eu peço só um prato, mas dessa
vez comi exatamente como os italianos comem.
O JANTAR: ANTIPASTO con affettati Toscani, soppressa di guanciale,
salame finocchiona, pancetta stirata, lardo, prosciuto toscano tagliato col
coltello, coppa, salame di Felino (Felino é o nome de onde fazem o tipo de
salame). Isso seria uma tábua com vários tipo de presuntos, salames e bacon.
Depois a crostini al nero, que é um tipo de bruschetta, mas com um creme grosso
de fígado em cima (apaixonei).
PRIMO PIATTO: Zuppa di farro ou minestra di farro, é um creme (tipo
sopa) com os ingredientes locais. É bem gostoso.
SECONDO PIATTO: Bisteccona alla fiorentina di mucca Chianina. Uma
bisteca de carne de vaca. Aqui eu já não tinha conseguido terminar o primo
piatto e muito menos esse, o secondo.
CONTORNO: Fagioli al fiasco. Feijão branco frio. Esse eu não consegui
nem experimentar :/
DESSERT: Zuppa inglese. É uma espécie de bolachinha feita por eles que
você mergulha num licor da região. O licor é extremamente forte. Muito muito
muito!
VINO: Morellino di Scansano e Brunello di Montalcino. Bem, eu ainda não
entendo muito de vinhos, mas os dois falaram que são vinhos ótimos.
O nome do restaurante é Burde. Vale muito a pena. É um restaurante
renomado e super delicioso.
Dali voltamos pra casa. E logo no outro dia (se eu não me engano) o
Piffer foi viajar.
DICA DE MILÃO. Para todos os meus amigos que vêm me visitar, eu levo pra
comer um panzerotto no Luini e um sorvete no Cioccolato Italiano. É pertinho do
Duomo e são imperdíveis. O sorvete é mesmo uma coisa muito diferente de todos
daqui e o panzerotto é tipo um calzone que pode ser frito ou não. O frito é o
mais famoso.
Um beijãooooooo!!!!
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